quarta-feira, 5 de novembro de 2008
terça-feira, 4 de novembro de 2008
Rumos - Argumento inicial
O afiador de facas
Depois de ouvirmos a música repetidas vezes e compartilharmos as nossas diversas impressões sobre que tipo de imagens e emoções ela nos despertava, chegamos a um consenso sobre a nossa proposta para o vídeo.
A nossa idéia para esse clipe é contar a rotina de um afiador de facas. Ele, que atravessa a cidade, tocando de casa em casa e oferecendo seus serviços, nos serve como ponto de vista para a cidade e para seus personagens – parte do nosso consenso é que a música desperta uma sensação “urbana e em movimento” e esse personagem exprime esse conceito à perfeição.
A cada pessoa que chega com uma faca, o afiador se pega imaginando como que aquele instrumento pode ser utilizado. Há o atirador de facas do circo, a mulher que cozinha, o possível crime passional, o açougueiro...
Tudo o que se passa pela sua cabeça se transforma em imagem, em pequenas histórias, em fragmentos... E aqui vale um comentário sobre a linguagem do vídeo.
Desde o começo do ano, a casadalapa tem pesquisado uma linguagem específica que una as diversas vertentes artísticas que nos compõem. Somos cineastas, designers, artistas plásticos, grafiteiros...
O resultado mais expressivo dessa busca, até aqui, é o projeto “Enquadro”, uma experiência multi-meios, história contada na cidade, unindo vídeo, grafite, dramaturgia. História ao vivo, história registrada em diferentes maneiras, história que permanece nos muros da cidade.
A nossa intenção aqui, com o vídeo da música “Verdim”, é repetir essa experiência que nos parece tão estimulante – e tão perfeita à linguagem da própria música: através da história do amolador de facas, nos debruçarmos sobre múltiplas maneiras de contá-la.
Os diversos artistas que nos compõem vão trabalhar as micro histórias (imaginadas pelo amolador de facas) em diferentes maneiras: grafites, inserts de vídeo, propostas gráficas... Todos os resultados dessa pesquisa vão ser condensados na time-line do vídeo, unidas pela perspectiva do amolador. A edição vai reorganizar tudo tomando como conceito o “dial” de rádio: vai para um canal, toca um pouco, procura outro canal, toca mais um pouco – de alguma maneira, como a própria composição de Assis Medeiros, os diversos fragmentos dos artistas homenageados.
Um jeito fragmentado e urbano de lidar com as múltiplas mensagens do dia a dia. Entre as imagens, também vamos procurar estabelecer algumas conexões com Itamar Assunção, Sabotage e Smetak. Referências não muito explícitas, espalhadas pela cidade, impregnadas por ela -- seja através da capa de um disco, seja através de um muro pintado com um rosto...
sexta-feira, 30 de maio de 2008
Endereço do Local
Rua Monsenhor de Andrade: a parede do galpão fica no beco no final dela (o "xis" no mapa abaixo)
Rua do Bucolismo: a passarela fica no encontro dela com a linha de trem.
Um bom ponto de encontro, pode ser o boteco na esquina da Rua do Bucolismo com a Monsenhor de Andrade (tem um ótemo enrolado de salsicha e coca cola de garrafa ;)
quinta-feira, 29 de maio de 2008
Muto - Blu
Safado mesmo, referência boa pra HQ.
quarta-feira, 28 de maio de 2008
sexta-feira, 23 de maio de 2008
bloco de carnaval.
vestes e sonhos.
quinta-feira, 22 de maio de 2008
storyboard urbana hq
mais um passo. hoje foi dia de rabiscoday e fizemos um projeto pra hq. claro, eh soh um guia. nois eh que vamo fazê. mas foi um belo adianto na parada. grande dia. mando as montagens. grande abz, tamo no caminho pro bras.
cena1: domingas chega de trem
Cena2: domingas desce a escada
cena3: domingas caminha pela rua
Cena4: domingas cruza com menina gravida
Cena5: por onde andara o filho de Domingas?
cena6: por onde andará/galpão/carnaval
Cena galpão de costura: plotagem
Tudojunto
segunda-feira, 19 de maio de 2008
Fotos da reunião
Originally uploaded by casadalapa
Fotos (por Ozi) da primeira reunião geral da HQ Urbana
vejam mais em http://www.flickr.com/casadalapa
domingo, 18 de maio de 2008
ROTEIRO Episódio 1 – “DOMINGAS”
“Costureiras” – de Tarsila Amaral, 1950
A personagem:
Imagem:
Domingas é uma mulher negra, de 50 anos.
Um pouco gorda, veste roupas leves, saia e camisa de botão, e carrega uma bolsa de pano. Calça uma sandália.
Cabelo crespo, preso por grampos, bochechas grandes, braços robustos. As mãos gastas, cheias de calo.
Nas pernas, na panturrilha, varizes. Veias roxas sobressaltadas sobre a pele.
Ela é sorridente, simpática. Dentre grandes, brancos, contrastam com a cor da sua pele. Língua vermelha, vermelhíssima.
A história:
1.
Próximo a Estação de Trem, Domingas caminha. Seus pensamentos:
“58 – 94 – 103 – 75...”
2.
NA PASSARELA –
Domingas caminha num lugar próximo à estação de trem.
No sentido contrário vem uma garota, LÚCIA, 16, grávida. Lúcia não sorri.
Domingas sorri.
Lúcia não sorri.
Pensamentos de Domingas:
“Já vai longe. Mas eu não esqueço. Nunca. Quando ele me chutava dentro da barriga. Quando ele aquietava dentro da barriga”.
Pensamentos de Lúcia:
“Tudo que eu queria era pular o carnaval”.
Pensamento de Domingas:
-- depois de ter passado por Lúcia --
“Ela não sabe. Eu também não sabia. Nessa idade a gente não sabe de nada”.
3.
-- BEM MAIS À FRENTE, AINDA NA CAMINHADA ATÉ O GALPÃO –-
Domingas leva a mão à barriga.
IMAGEM DA BARRIGA, DAS MÃOS SOBRE A BARRIGA.
Pensamentos de Domingas:
“Eu queria que você ainda estivesse aqui dentro. Às vezes ainda sinto você dentro de mim”.
4.
-- NA ENTRADA DA FÁBRICA –
Pensamentos de Domingas:
“58 – 94 – 103 – 75...”
5.
AS MÃOS DE DOMINGAS passam o pano sob a máquina de Costura –
Pensamentos de Domingas:
“58 – 94 – 103 – 75...”
6.
Grande imagem – EM QUALQUER LUGAR DA INSTALAÇÃO –
GUSTAVO – 20 – Vestido com a fantasia PRATA, BRILHANTE, de MESTRE SALA.
Gustavo, negro, com feições parecidas com as feições de Domingas, está de braços abertos, com enorme sorriso. Ao lado de JANAINA, 18, a porta-bandeira, que exibe a BANDEIRA da escola UNIDOS -- simplesmente unidos.
6 A –
Pessoas que assistem ao desfile: Criação livre. Na platéia pode ter quem quiser, pensando o que quiser.
7.
DOMINGAS ainda costura. E pensa.
“58 – 94 – 103 – 75...”
ELA FINALIZA UMA ROUPA --
1. “O primeiro macacão pra dormir no inverno era 12, 35, 43...”
2. “A roupa de ir pra escola era 24, 47, 59”
3. “A roupa de mestre-sala 58, 94, 103, 75. A roupa que ele nunca mais voltou. Onde estará?”